FIAGRO: O que é e como investir no Fundo de Investimento em Agronegócio
Não muito tempo atrás, em 2021, o agronegócio ganhou uma forte estrutura de investimento. Trata-se do Fundo de Investimento em Agronegócio (FIAGRO). Segundo dados do IBGE, o agronegócio tem mais de 25% de participação do nosso PIB, sendo um dos setores mais importantes para a economia no Brasil.
Os Fundos de Investimentos em Cadeias Produtivas Agroindustriais, como também é chamado o FIAGRO, teve como inspiração os Fundos Imobiliários, porém, ajustados para a realidade do mercado rural. Eles despertam uma nova oportunidade para aqueles que estão no mercado capitalizarem mais recursos, além de fortalecer a metodologia de análise ESG.
Com isso, criamos esse post para que você possa entender as premissas básicas do FIAGRO, suas vantagens e desvantagens ao investir nesse mercado e por que essa modalidade deve ser vista com ‘bons olhos’ quando o assunto se trata de diversificação. Confira!
O que é FIAGRO?
O Fundo de Investimento em Agronegócio (FIAGRO) é um tipo de investimento em que foi disponibilizado recentemente para os investidores em outubro de 2021, de forma simples e acessível, com o objetivo de investir no setor de agronegócio. Os valores aportados pelos investidores são utilizados para adquirir diversos ativos nessa atividade, como nas cadeias produtivas da agroindústria ou em imóveis rurais, participações societárias de empresas do segmento e até recebíveis. É uma aplicação na modalidade fundos de investimentos fechados, aqueles que são negociados no mercado secundário da bolsa, parecido com os FIIs (Fundos Imobiliários) nas regulamentações feita pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Por que investir nessa modalidade e quais as vantagens e desvantagens?
Investir nesses fundos traz uma diversificação maior para sua carteira de investimentos, diminuindo os riscos. Além disso, o setor do agronegócio é um dos principais da economia e está sempre em desenvolvimento, se mostrando um dos mais resilientes nas crises. Conta com uma grande produção de alimentos e matéria-prima para outros segmentos da economia, havendo uma grande diversidade de commodities agrícolas.
O Brasil está entre os maiores produtores e exportadores do mundo. Vale lembrar que é aconselhável verificar o seu perfil de investidor para considerar se está apto em correr os riscos com as oscilações de mercado desses ativos.
Os FIAGROs em geral pagam dividendos, tornando-se um dos grandes atrativos aos olhos dos investidores. Mas, diferente dos FIIs que devem distribuir no mínimo 95% do seu lucro, eles podem determinar o quanto pagarão de dividendos. Esses possuem a isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas, caso tenha mais de 50 cotistas e cada um com limite de 10% de participação no fundo.
Por outro lado, há uma sazonalidade na agroindústria que pode afetar os rendimentos do investimento em determinados períodos. Condições e riscos climáticos e às cotações das commodities no mercado internacional podem trazem uma maior volatilidade para esses fundos.
Tipos de FIAGRO
Com o objetivo de deixar a aplicação mais específica dentro desse setor, a CVM estabeleceu a divisão desses fundos em 3 modalidades: FIAGRO-FIDC, FIAGRO-FII e FIAGRO-FIP.
O FIAGRO-FIDC é aquele que foca investir em direitos creditórios. O lastro é em recebíveis de atividades agroindustriais. Tem o objetivo de financiar a produção e atividades de empresas do setor que precisam antecipar sua receita. Geralmente não batem os prazos de recebimento da safra com a liquidação dos compromissos; por isso, tem essa necessidade.
O FIAGRO-FII, semelhante aos fundos imobiliários, tem objetivo em comprar propriedades rurais, como terras e imóveis agrícolas; além de títulos de renda fixa, como LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) e CRAs (Certificados de Recebíveis Imobiliários). Essa é a modalidade mais procurada pelos investidores em geral, principalmente pelo fato de ter uma alocação em CRAs. Pois com a taxa Selic alta acaba sendo atrativo a valorização das cotas e os dividendos distribuídos por eles.
O FIAGRO-FIP são os fundos que adquirem participação societária em uma empresa do segmento. Parecido com o FIP (Fundo de Investimento em Participações), o propósito é o investimento em entidades em fase de desenvolvimento para possuir o controle ou maior participação societária para tomar decisões nas assembleias.
Como investir nesses fundos
Esses fundos estão em alta no mercado, acompanhando o crescimento do setor de lastro. Para investir é bem fácil e acessível a qualquer investidor, além de ter a possibilidade de começar com um capital menor. Pode optar por participar de ofertas públicas de novos fundos ou negociá-los no mercado secundário. Para isso é necessário possuir conta em uma corretora que fará a intermediação e custódia das negociações.
Para participar de novas ofertas públicas é necessário o investidor acompanhar todo o prospecto inicial, cronograma e tomar conhecimento do objetivo e estratégia que o fundo irá adotar. Passado todas as fases do cronograma e liquidação da oferta, os participantes recebem as cotas que serão custodiadas na corretora que desejar.
A outra opção é comprar através do mercado secundário. Como se trata de fundos fechados, o investidor não consegue solicitar o resgate do valor investido ao gestor. Porém, ele consegue realizar a venda de suas cotas para outros interessados. Esta negociação pode ser feita através do home broker de uma instituição financeira.
Conclusão
Por fim, o FIAGRO chegou para fortalecer toda a cadeia do Agro, mercado em que cresce cada vez mais, sendo uma excelente ferramenta de capitalização tanto para o investidor quanto ao empresário rural.
Com o mercado financeiro e o agronegócio andando lado a lado, um novo conjunto de oportunidades surge democratizando o acesso de investidores ao agronegócio, tornando o mercado muito mais amplo, acessível e rentável.
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