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Ibovespa fecha em alta de 0,64%, após CPI melhor que o esperado e ata do Fomc sem grandes novidades

O Ibovespa hoje (12) fechou em alta de 0,64%, aos 106.889,71 pontos. Na mínima do dia, o principal índice da bolsa foi a 106.216,58 pontos. Na máxima, a 108.277,02 pontos. O volume financeiro negociado foi de R$ 32,9 bilhões.

As atenções nesta quarta-feira (12) estiveram voltadas para os EUA, onde saíram inflação ao consumidor e ata da última decisão de juros. Por aqui, a bolsa brasileira pode dar sequência ao bom desempenho da terça (11), quando subiu mais de 4% após a inflação oficial ficar abaixo do esperado.

O IPCA apresentou desaceleração relevante: de alta de 0,84% em fevereiro para 0,71% em março. O resultado veio melhor que a expectativa, que era de 0,77%.

No acumulado de 12 meses, a alta é de 4,65% – dentro do limite de 4,75% da meta da inflação (que é de 3,25% para este ano, com 1,5 ponto porcentual de margem, para cima ou para baixo).

O dado foi festejado na expectativa de redução dos juros – o que vem sendo defendido fortemente pelo Governo.

A próxima definição da taxa básica de juros, Selic, pelo Banco Central acontece no início de maio. E vale lembrar: juros mais baixos = renda variável em alta, com ações inclusas.

Mas, apesar da “festa na Faria Lima”, Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, recomenda cautela.

“O resultado do IPCA é bom, especialmente nos preços dos alimentos, com destaque para as carnes. Mas, apesar de bom, ele não muda o que já vínhamos observando: a inflação deu uma recuada no ano passado e agora tem oscilado ao redor desse número, sem fugir muito do padrão. Então, a gente continua cauteloso. Ainda precisamos de mais dados para entender que a inflação vai buscar patamares mais baixos daqui para a frente”, diz.

Nesta manhã (12) foi divulgada a primeira prévia de abril do IGP-M, inflação do aluguel, que recuou 0,90%, ante queda de 0,20 da mesma leitura de março.

O IBGE divulgou ainda as vendas no varejo, que subiram 3,8% em janeiro, ante expectativa de 3,4%. Em dezembro, houve retração de 2,6%.

O noticiário também destaca que a Receita Federal quer fechar o cerco aos marketplaces asiáticos, acabando com a isenção de importados de até US$ 50. Isso deve beneficiar as varejistas brasileiras.

O presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, iniciaram a agenda na China, em busca de acordos comerciais.

Maiores altas

  • EcoRodovias (ECOR3): R$ 6,46 (+8,21%)
  • Banco do Brasil (BBAS3): R$ 43,06 (+7,81%)
  • Petz (PETZ3): R$ 6,33 (+5,85%)
  • Banco Pan (BPAN4): R$ 5,58 (+6,29%)
  • Cyrela (CYRE3): R$ 16,11 (+5,71%)

Maiores baixas

  • Carrefour Brasil (CRFB3): R$ 11,72 (−2,01%)
  • Vale (VALE3): R$ 81,06 (−1,58%)
  • Braskem (BRKM5): R$ 20,60 (−0,87%)
  • Bradespar (BRAP4): R$ 27,25 (−0,51%)
  • Gerdau Metalúrgica (GOAU4): R$ 12,13 (−0,33%)

Ibovespa: mercados do exterior

O exterior repercutiu a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA, que veio positivo, abaixo do esperado.

O CPI subiu 0,1%, ante expectativa de 0,2%. Em fevereiro, a alta foi de 0,4%.

Nos últimos 12 meses, a inflação no país chegou a 5%, também abaixo das estimativas de 5,2%.

gráfico CPI

Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, avaliou que os dados do CPI dos EUA indicam bons números, mas precisam ser confirmados por outros indicadores para que seja necessário permitir ao Federal Reserve (Fed) pensar em encerrar o ciclo de alta dos juros.

Para Kautz, os dados consolidados foram uma surpresa, pois vieram abaixo do consenso. E vê sinais positivos no segmento de serviços, que registrou uma desaceleração em seu núcleo. “E olhando a parte de housing – relacionada a alugéis – finalmente há sinais de melhoras”, avaliou o economista-chefe.

No entanto, ele avaliou também que, se avaliar a média móvel anualizada, esta ainda está vindo o dobro da meta estabelecida pelo Fed e os componentes permanecem ainda em patamares elevados, apesar da melhora dos números.

À tarde foi divulgada a ata da última reunião de política monetária do Fed, que subiu os juros em 25 pontos-base, para o intervalo entre 4,75% e 5% ao ano.

Sem grandes novidades no texto, a ata reafirmou a incerteza do cenário diante da crise bancária instaurada com a quebra do Silicon Valley e do Signature.

“Eventos do setor bancário serão considerados nas próximas decisões de juros”, afirmou o Fed. Disse ainda que, sem a crise bancária, a alta de março poderia ter sido de 50 pontos-base.

As duas divulgações do dia calibram as projeções para a próxima decisão de juros e 3 de maio – até aqui, as apostas se dividem entre mais uma alta de 25 pontos-base e a manutenção dos juros no patamar atual.

Para Kautz, da EQI Asset, a incerteza permanece, mas o Fed ainda deve ter mais uma alta de 25 pontos e juros parados até o final de 2023.

Mercados Nova York

  • Dow Jones: -0,11%
  • S&P: -0,41%
  • Nasdaq: -0,85%

Mercados Europa

  • DAX, Alemanha: +0,31%
  • FTSE, Reino Unido: +0,50%
  • CAC, França: +0,09%
  • FTSE MIB, Itália: +0,38%
  • Stoxx 600: +0,11%

Mercados Ásia

  • ASX 200, Austrália: +0,47%
  • Nikkei, Japão: +0,57%
  • Kospi, Coreia: +0,11%
  • HSI, Hong Kong: -0,86%
  • Xangai, China: +0,41%

Petróleo

  • Brent (dezembro 2021): US$ 87,30 (+1,97%)
  • WTI (novembro 2021): US$ 83,23 (+2,09%)

Ouro

  • Ouro futuro (junho 2023): US$ 2.022,70 (+0,18%)

Minério de ferro

  • Bolsa de Dalian (China): US$ 114,489 (+0,25%)

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