Bacen: conheça o Banco Central do Brasil
Todos nós utilizamos bancos como Bradesco, Banco do Brasil, Santander, Itaú, Nubank, entre outros para fazermos operações financeiras. Todos esses bancos precisam seguir normas e cumprir regras para que o sistema financeiro esteja sempre saudável. É aí que entra o principal papel do Banco Central do Brasil – o Bacen -, ou simplesmente, o BC.
Ele é considerado o banco dos bancos. No texto de hoje vamos tirar as principais dúvidas sobre a atuação do Banco Central no sistema financeiro e, portanto, na economia do nosso país.
O que é o Banco Central?
O Banco Central é uma autarquia federal, ou seja, um órgão ligado, porém independente do Governo. Ele auxilia o Estado na administração do sistema financeiro nacional e na execução da política monetária. Criado em 31 de dezembro de 1964, por meio da Lei número 4.595, é hoje a principal autoridade monetária do Brasil.
Contudo, o BC não é um banco em que você pode chegar e abrir uma conta, pedir empréstimo ou comprar um seguro. Isso porque ele tem como função primordial a fiscalização e regulamentação das instituições financeiras. É por isso que o BC é considerado o banco dos bancos.
Quais são as principais funções do BC?
Todas as características do Banco Central do Brasil existem no intuito de servir como instrumentos para que o Governo direcione a economia brasileira. Entre as principais funções do Banco Central estão: controle da taxa de juros; controle da taxa de câmbio; fiscalização das instituições financeiras; emissão de moeda; e, controle dos depósitos compulsórios
O controle dos depósitos compulsórios é uma das mais importantes atividades do BC, pois ela garante o poder de compra da moeda, e também a execução da política monetária. Além disso, a obrigatoriedade do mecanismo faz com que sempre que uma pessoa sacar o seu dinheiro em um determinado banco, aquele valor esteja em caixa. Os depósitos compulsórios são obrigatórios e eles funcionam assim: uma parte de todo o dinheiro depositado nas instituições financeiras deve ser depositada compulsoriamente à vista junto ao Bacen, que define a porcentagem a ser guardada.
Quando, em função de uma política monetária, o BC quer fazer com que mais dinheiro seja emprestado, ele reduz o percentual de depósito compulsório a ser guardado. Quando quer que haja menos dinheiro em circulação, ele aumenta esse percentual.
O que é política monetária?
Para entendermos um pouco melhor a função do Banco Central Brasil na nossa economia, precisamos entender um pouco de política monetária. Uma das principais funções de um governo na parte econômica, é manter a estabilidade monetária do país e garantir o crescimento do PIB. Para isso, ele se utiliza da política monetária, que, resumidamente, significa o controle da oferta de dinheiro no país. As diretrizes da política monetária aqui no Brasil são definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Ele é o órgão máximo do nosso sistema financeiro. Para controlar, portanto, a oferta de dinheiro na economia, existem três grandes instrumentos.
O primeiro deles é o depósito compulsório, fiscalizado pelo BC, já explicado acima.
O segundo é a compra e venda de títulos públicos, operações realizadas pelo Banco Central e conhecidas como Open Market, onde o Bacen compra ou vende os títulos públicos visando à regulação da quantidade de dinheiro na economia.
A terceira ferramenta é o redesconto bancário. Como falamos anteriormente, todos os bancos precisam ter um certo percentual, que é definido pelo BC, guardado em seu caixa no fim de cada dia. Se, por acaso o banco não tiver, ele deve tomar um empréstimo com outros bancos ou com o próprio BC, que cobra uma taxa chamada de redesconto.
Quanto menor essa taxa, mais barato fica para os bancos pegarem dinheiro com o BC, então, eles podem emprestar mais, pois, mesmo que não tenham a quantidade mínima em caixa, podem pegar emprestado com o BC e ainda ser barato. Já quando a taxa está alta, os bancos emprestam menos dinheiro, afinal, eles querem manter o caixa mínimo para não precisar pedir emprestado.
Banco Central (Bacen) e os investimentos
É por meio do seu Comitê de Política Monetária (Copom) que o Bacen — Banco Central — define a Taxa Selic a cada 45 dias, a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela é utilizada como referência para todo o mercado financeiro, sobretudo para as demais taxas de juros cobradas pelos bancos em empréstimos. É da Selic que deriva o custo do dinheiro em nosso país. Além disso, também impacta diretamente investimentos de renda fixa como a poupança e o Tesouro Direto, por exemplo.
A seguir, vamos ver quais são as principais influências da taxa Selic nos diferentes mercados de investimento.
Selic e Renda fixa
Os papéis da renda fixa são aqueles impactados mais rapidamente pelas alterações na taxa Selic. Isso ocorre porque vários títulos são indexados à taxa. Dentre eles, estão investimentos como títulos públicos, poupança e títulos privados.
Selic e Renda variável
Por sua vez, os investimentos de renda variável são impactados de forma mais indireta pelas alterações da taxa Selic. Contudo, você deve estar sempre de olho nela também, pois, se a taxa for elevada, pode fazer com que investimentos migrem para a renda fixa, por conta de maiores rendimentos sem alto risco atrelado.
Por outro lado, quando a Selic está muito baixa, ela acaba forçando esses investidores a tomarem risco na bolsa de valores, por exemplo, em busca de maiores retornos. Isso faz a renda variável ganhar mais corpo, elevando o preço de seus ativos.
Selic e Fundos Imobiliários
A Selic também impacta os Fundos Imobiliários (FIIs). Em um cenário de escalada da Selic, os FIIs acabam competindo diretamente com a renda fixa, que passa a atrair o capital dos investidores, que buscam maiores rentabilidades, sem a oscilação típica da renda variável.