Investimentos

Comprar Brasil no fechamento da Selic pode ser um bom negócio

Comprar Brasil no fechamento da Selic pode ser um bom negócio e vou explicar por que…

A queda dos juros tende a impulsionar os ativos de renda variável por dois motivos, principalmente. Acompanhe.

Primeiro motivo: O preço de qualquer ativo é o fluxo de caixa descontado de todos os recebimentos e pagamentos

Em outras palavras, o preço atual de uma ação ou fundo imobiliário é a soma de todas as rendas que essa empresa vai proporcionar ao acionista, descontadas por uma taxa de juros.

Matematicamente falando, se a taxa de desconto (taxa de juros) cair, automaticamente e imediatamente a soma desse fluxo de renda sobe e o ativo passará a valer mais.

Segundo motivo: As empresas e os empreendimentos, em sua maioria, possuem dívidas

Os juros pagos (custo financeiro) reduzem diretamente o resultado financeiro (lucro).

Com a redução desse custo, haverá um acréscimo imediato de margens e, com isso, o retorno daquele negócio aumentará.

Por isso, o comportamento entre juros (Selic) e negócios (ações e fundos imobiliários) são correlacionados negativamente.

Quando o primeiro sobe, o outro cai. Quando o primeiro cai, o outro sobe.

Fundos Imobiliários e Small Caps também se beneficiam da queda da Selic

Da mesma forma que a Selic e o Ibovespa possuem movimentos opostos, o IFIX (fundos imobiliários) e SMLL (small caps) também possuem o mesmo movimento.

Observe os dois gráficos abaixo:

No primeiro, temos o IFIX e a Selic.

O IFIX é um índice novo, criado em 2013, então seu histórico não contempla muitos ciclos econômicos – apenas um completo.

Em janeiro de 2016 observamos a baixa do mercado de fundos imobiliários e o melhor ponto de compra dos últimos anos. Em paralelo, novamente, a Selic estava em seu topo.

No segundo gráfico, temos o índice de small caps (Smll) e a Selic. Observe os pontos 1, 2 e 3: todos eles ligam o melhor momento de compra (daquele ciclo) do índice com o topo da taxa de juros.

A volta das ofertas públicas de FIIs

Fonte: EQI Investimentos

A queda dos juros traz consigo o aumento da emissão de novas cotas dos fundos imobiliários.

Em geral, faz mais sentido um fundo emitir novas cotas quando o seu preço de mercado estiver ACIMA do valor patrimonial – e é exatamente isso que deverá acontecer com a Selic mais baixa.

Com a volta das ofertas públicas de FIIs nesse momento, teremos a oportunidade – em diversos casos – de comprar cotas com preços ABAIXO dos de mercado.

Vamos analisar, por exemplo, os 3 casos da tabela abaixo:

tabela com cases de FIIs

Tabela com exemplos de ofertas públicas dos últimos 2 meses. Fonte: EQI Investimentos

ALZR11

Em 23/06 o fundo ALZR11 emitiu novas cotas ao preço de R$ 105,90. O preço de tela (mercado) era de R$ 111,65 e o VPA (valor patrimonial) era de R$ 106,22.

Ao adquirir cotas na oferta pública, o investidor obteve desconto de 5,15% em relação ao preço de mercado e alguns centavos em relação ao valor patrimonial.

Considerando o preço atual de R$ 113,99, o ganho acumulado é de 7,63% de lá para cá.

MXRF11

Em 24/07 tivemos a emissão do fundo e as novas cotas estavam ao preço de R$ 10,36.

O preço de tela (mercado) era de R$ 10,47 e o VPA (valor patrimonial) era de R$ 10,10.

Ao adquirir cotas na oferta pública, o investidor obteve desconto de 1,05% em relação ao preço de mercado.

Considerando o preço atual de R$ 10,67, o ganho acumulado é de 2,99% em poucos dias…

XPML11

Por fim, em 28/07, o fundo XPML11 emitiu novas cotas ao preço de R$ 102,02.

O preço de tela (mercado) era de R$ 104,02 e o VPA (valor patrimonial) era de R$ 98,46.

Ao adquirir cotas na oferta pública o investidor obteve desconto de 1,92% em relação ao preço de mercado.

Considerando o preço atual de R$ 104,48, o ganho acumulado é de 2,41% em menos de 15 dias.

Com isso, concluímos que ao participar das ofertas públicas de FIIs, o investidor terá um componente a mais que possibilitará maiores ganhos de capital: a compra com desconto em relação ao preço de tela.

A boa oportunidade do momento está relacionada também ao mercado de ações.

Melhores setores da bolsa

Nem todos os setores da bolsa tiveram bom desempenho. Nos próximos anos, qual será o melhor?

Você já sabe que comprar renda variável (ações e FIIs) no fechamento da Selic tem grandes chances de ser um bom negócio, certo?

A pergunta agora que nos vêm é: comprar quais setores e ações?

Bom, para responder essa questão, vamos observar o gráfico abaixo, que traz um histórico de 12 anos dos principais setores da B3.

gráfico com histórico de setores da bolsa nos últimos 12 anos
Histórico de setores em 12 anos. Fonte: EQI Investimentos

Nesse período, o setor que mais se valorizou foi o de Utilidade Pública (UTIL) com 338% de rentabilidade.

Em segundo lugar, o setor Financeiro (IFNC) com ganhos de 315%.

Na sequência, Energia Elétrica, com valorização de 239%… e assim por diante.

A Selic do período somou 181% e o Ibovespa 128%.

Podemos concluir que, existem setores que irão performar muito bem durante vários anos e outros que não renderão nem o suficiente para bater a renda fixa…

E, aí vem a pergunta original? Comprar quais setores e ações?

Quando olharmos para o longo prazo, essa pergunta se torna muito difícil de responder.

E por quê? Porque o país muda, a economia muda, as preferências dos consumidores mudam, o sistema financeiro muda, o comércio internacional muda…

Pense por si só: qual é o produto, e de que empresa, que você tem a certeza absoluta que estará consumindo daqui 10 anos?

Talvez não tenhamos nenhum para responder dessa forma.

A verdade é que a escolha dos setores e das ações pode ser um grande tiro no escuro no longo prazo, principalmente quando fazemos as escolhas de forma não profissional.

Por esse motivo, a seguir te convido a pensar sobre uma possibilidade:

Delegar a escolha dos setores e das ações, pode gerar mais valor a longo prazo…

O investidor padrão que investe na nossa bolsa não é profissional (digo profissional como sendo a profissão, e não o fato de ter mais de R$ 10 milhões em patrimônio que é a classificação utilizada atualmente).

Ele é um médico, engenheiro, empresário, administrador, vendedor ou qualquer outra coisa.

No entanto, dificilmente ele será um investidor profissional, em que sua única atividade é a escolha de suas ações e dos seus investimentos.

Selecionar ações e setores para investir parece algo fácil, num primeiro momento.

Nossa bolsa hoje possui em torno de 500 empresas. Através de uma planilha de rentabilidade, liquidez, dividend yield, etc, não parece difícil selecionar as melhores.

Será?

Warren Buffett, talvez o maior investidor do mundo de todos os tempos, passou a sua vida escolhendo empresas para investir, e sua rentabilidade média obtida nas últimas 5 décadas não é superior a 20% ao ano. É um belo resultado!

Mas, por incrível que pareça, para muitos investidores (pessoa física, principalmente) a crença de que fará sozinho 40, 50, 100% por ano (com consistência) é real e perigosa.

Se você não é alguém que possui tempo, conhecimento, vontade, paciência ou capacidade técnica para fazer uma análise profunda dos setores e empresas que irá investir, a minha sugestão é selecionar bons gestores que façam o trabalho por você.

Ao comprar um bom fundo de investimentos em ações, você terceiriza o trabalho de gestão (que consiste em escolher os setores e as ações mais promissores que mereçam o investimento).

O gestor profissional irá analisar, estudar, acompanhar dia a dia, todo o universo do mercado de ações e irá escolher aquelas que em seu julgamento faz mais sentido investir.

Tudo isso é feito juntamente à análise do ciclo econômico, da política, e de outras mudanças que estão acontecendo.

Ao investir através de um FIA (fundo de investimento em ações), o seu gestor fará mudanças no portfólio do fundo toda vez que for necessário (a necessidade de mudar é mais frequente do que pensamos).

O investidor não profissional geralmente possui o viés de “se casar” com a ação…

Não vender sob hipótese alguma. E, com o passar do tempo e dos anos, há uma tendência desse investidor ter em carteira um bom tanto de empresas ruins e quebradas, justamente por não agir quando é necessário.

O gestor profissional não faz isso.

Se a empresa deixou de apresentar suas vantagens competitivas, ela sai do portfólio!

Veja alguns exemplos de empresas conhecidas, que tiveram anos gloriosos, seguidos de anos de derrocada!

Fonte: Guepardo e Bloomberg em 28 de abril de 2023.

A gestão ativa dos setores, das tendências, das melhores empresas e do timing, faz total diferença na rentabilidade.

Abaixo, apresento alguns fundos de ações que constam na nossa carteira recomendada de fundos e que obtiveram grande performance nos últimos 15 anos:

gráfico com comparação entre fundos de investimento

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