Dólar hoje fecha em alta de 0,15%, a R$ 4,9874; na semana, recua 1,40%
O dólar encerrou o rali desta sexta-feira em alta de 0,15%, a R$ 4,9874; na semana, a moeda recua 1,40% e, no mês, recua 1,61%.
Ao longo do dia, o ativo até tentou vencer a barreira dos R$ 5, mas se viu pressionado pela apatia dos mercados.
Já o real operou mais cedo reportando o segundo pior desempenho entre 33 moedas acompanhadas pelo Valor Pró, mas após a formação da Ptax passou a ganhar força.
Perto do horário de fechamento, o contrato futuro para junho da moeda americana exibia apreciação de 0,07%, a R$ 5,0185.
No exterior, o dólar recuava 0,32% ante o peso mexicano, mas avançava 0,41% contra o peso chileno e 1,02% ante o peso colombiano.
Já o índice DXY, que mede a força da divisa americana contra uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, operava em alta de 0,15%, a 101,652 pontos.
Na Europa, os economistas esperam que o Banco Central Europeu (BCE) eleve as taxas pela sétima reunião consecutiva em 4 de maio, com os formuladores de política monetária avaliando outro aumento de 0,50 ponto percentual contra os méritos de desacelerar o aperto para 0,25 ponto. Os dados de inflação de sexta-feira mostraram que o progresso foi lento.
Dados divulgados hoje apontam que a inflação na Alemanha caiu para 7,6% em abril, de 7,8% no mês anterior. Enquanto Portugal e Irlanda registraram quedas mais acentuadas no crescimento dos preços, este manteve-se muito acima do objetivo de 2% do BCE.
A inflação aumentou também na França e na Espanha, em grande parte como resultado da redução ou eliminação gradual de alguns subsídios à energia. Mas em um vislumbre potencialmente positivo para o BCE, houve alguns sinais de que os preços dos alimentos estão diminuindo nos dois países, assim como na Alemanha.
Mais pressão sobre o dólar
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central realiza reunião de dois dias a partir da próxima terça-feira (2), para definir a taxa de juros básica da economia brasileira.
O mercado já precificou que a autoridade monetária deverá mesmo manter a taxa básica de juros da economia brasileira em 13,75% ao ano.
Esse movimento deverá colocar mais “gasolina” na relação BC-Governo, com o Poder Executivo fazendo ainda mais barulho e tentando cativar a autoridade monetária a baixar os juros “à fórceps”.
Com isso, possivelmente o ruído político aumentará e tanto o dólar quanto o real poderão refletir esses fenômenos.
Para piorar, os comunicados mais recentes do BC demonstraram preocupação sobre a deterioração das contas públicas, o que pode ser amenizado pelo novo arcabouço fiscal, mas que ainda precisa ser apreciado no Congresso.
Cotação do dólar na semana
- Segunda-feira (10): +0,16%, a R$ 5,0661;
- Terça-feira (11): -1,16%, a R$ 5,0072;
- Quarta-feira (12): -1,31%, a R$ 4,9417;
- Quinta-feira (13): -0,31%, a R$ 4,9262;
- Sexta-feira (14): -0,23%, a R$ 4,9151;
- Semana: -2,08%;
- Segunda-feira (17): +0,45%, a R$ 4,9372;
- Terça-feira (18): +0,78%, a R$ 4,9759;
- Quarta-feira (19): +2,22%, a R$ 5,0866;
- Quinta-feira (20): -0,55%, a R$ 5,0584;
- Segunda-feira (24): -0,35%, a R$ 5,0409;
- Terça-feira (25): +0,47%, a R$ 5,0647;
- Quarta-feira (26): -0,15%, a R$ 5,0573;
- Quinta-feira (27): -1,52%, a R$ 4,9801;
- Sexta-feira (28): -0,15%, a R$ 4,9874;
- Na semana: -1,40%;
- no mês: -1,61%;
História do Dólar
Os Estados Unidos adotaram o dólar em 1792. A criação oficial veio com a chamada “Lei da Moeda”. Trata-se de um ato do congresso norte-americano para criar e regulamentar uma base de troca na então nova nação. Ela foi aprovada em 2 de abril daquele ano.
Porém, é bem verdade que o dólar passou por algumas dificuldades. Isto ocorreu até 1944, quando havia problemas em determinar o valor do dólar em comparação ao de outras unidades monetárias do mundo.
Porém, a Conferência de Bretton Woods, realizada entre 1º e 22 de julho de 1944, ainda em meio à Segunda Guerra Mundial, pôs um fim nesse problema, ao elaborar um conjunto de regras para o sistema monetário internacional. Daí, surgiram o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
Com o fim da guerra, os EUA e o dólar emergiram como a principal força político-econômica mundial e o país tentou estabelecer um padrão em que o grama do ouro teria um valor estabelecido em dólares.
Esse sistema vigorou até os anos 70, quando a moeda enfrentou uma brutal desvalorização. A partir de 1971, deixou de ser lastreado ao ouro.
Com os avanços tecnológicos e a velocidade das negociações, o câmbio flutuante sobre o dólar passou a ocorrer em escala cada vez maior, consolidando a moeda dos EUA como principal base para as relações econômicas internacionais.
Por que o Dólar importa tanto?
O dólar americano é reconhecidamente uma das moedas mais fortes do mundo e o porto seguro de muitos investidores em busca de proteção aos seus investimentos.
Mais do que isso: a divisa norte-americana é também uma das bases da economia mundial, sendo utilizada para as transações ocorridas no mercado internacional, entre importações e exportações.
Sendo assim, a moeda dos Estados Unidos sofre influência de vários fatores que podem mexer com sua variação frente a outros pares internacionais, inclusive o real.
Como o câmbio impacta a economia e os investimentos
Agora que conhecemos um pouco mais sobre a história do dólar, é importante saber que o câmbio é o principal ativo da nossa economia e pode impactar as importações, exportações, a bolsa de valores e a rentabilidade dos investimentos, seja de forma positiva ou negativa.
Real x Dólar: momento para dolarizar?
Para o investidor que tem intenção de diversificar os seus investimentos, olhar para os mercados lá fora, significa ter uma segurança maior em momentos de crise.
“Sem dúvida, para o investidor brasileiro, todo momento é bom para dolarizar, ainda mais quando há uma queda bem forte. É importante que todo investidor tenha no seu portfólio uma parte considerável de investimento lá fora”, destaca Alexandre Viotto, head de Banking da EQI.
Em sua avaliação, a dolarização é recomendada independentemente de ter uma janela de oportunidade. “Se a cotação cair mais um pouco ou se subir, o investidor deve seguir fazendo um dólar médio”, comenta.
Real x Dólar: o que será importante em 2023
Para completar, o head de Banking reforça entre os principais fatores que devem mexer com o real x dólar nos próximos meses as sinalizações que vêm de Brasília.
“É importante ficar de olho nas reformas, na relação do governo com o congresso, e na relação com o Banco Central”.
Outro ponto fundamental, segundo ele, é a evolução da curva de juros aqui e nos EUA.
“Se houver uma diminuição da diferença de juros entre Brasil e exterior, com certeza, a tendência do dólar vai para cima, e a do real é se desvalorizar frente às outras moedas”, finaliza Viotto.