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O que é o Risco-País: CDS Brasil – Credit Default Swap

Com a Reforma da Previdência aprovada, o risco-país do Brasil caiu ao menor patamar desde 2013. Aliás, de lá para cá o indicador vem apresentando quedas, as quais também foram embaladas pelo cenário de redução de juros (queda da Taxa Selic).

Nosso país alcançou o nível máximo de risco no ano de 2015, chegando a 494. Recentemente, o índice atingiu 127 pontos e esse resultado pode significar mais investimentos vindos do exterior para o Brasil.

Mas, afinal de contas, do que se trata esse risco-país e por que é importante entendê- lo? Para encontrar a resposta, invista alguns minutos na leitura deste artigo.

O que é o risco-país? 

O risco-país mede o quão “perigoso” um determinado país é para um investidor estrangeiro. Ele indica o risco de um governo (entenda-se país) deixar de cumprir suas obrigações financeiras como resultado de desaceleração econômica ou até mesmo problemas políticos.

Portanto, o índice tem a ver com as incertezas – advindas de fatores como influências políticas, econômicas, cambiais ou tecnológicas – associadas ao investimento em um país e, mais especificamente, a quanto essa incerteza pode ser prejudicial aos investidores.

O risco-país se concentra as nações emergentes e para seu cálculo diversos fatores são levados em consideração. Dentre eles, são analisados o crescimento do PIB, déficit fiscal, o grau de endividamento (considerando também os níveis de arrecadação), o crescimento da economia e questões políticas que possam resultar em crises.

Para que serve o risco-país? 

Como sabemos, fatores como a instabilidade política podem afetar os investimentos em um país, causando grande turbulência no mercado financeiro. Ou seja, toda vez que uma nação passa por agitação política e econômica, para citar dois exemplos, o ambiente torna-se volátil.

Um cenário volátil pode significar muitos riscos para investidores externos. Então, para ter uma certa garantia em relação à realização de um investimento em outro país, investidores verificam como está o índice de risco da nação.

Sendo assim, na prática, este indicador funciona como uma bússola para o investidor, já que indica se o preço de se arriscar a fazer negócios em um determinado país é mais ou menos elevado.

Quando o risco-país é alto, investidores enxergam a nação como um terreno não favorável para investimentos. Em contrapartida, a fim de tornar o investimento atraente o país precisa tomar algumas medidas, como elevar as taxas de juros que remuneram os títulos representativos da dívida.

Se o índice é analisado pelos investidores, deve também ter a atenção dos brasileiros de modo geral. A explicação é simples: como o fluxo de investimentos estrangeiros retrai quando o risco-país está elevado, empresas acabam recebendo menos recursos e, a fim de sobreviverem, precisam realizar cortes. Com isso, corre-se o risco do aumento de desemprego.

Como é feito o cálculo do risco-país? 

O mercado financeiro possui três formas de chegar ao indicador. Uma delas é o EMBI+, que é a sigla para o termo inglês Emerging Markets Bond Index Plus (ou Índice de Bonds de Países Emergentes). Ele mede o desempenho de vários países, dentre eles os latino-americanos, como Brasil, Argentina, México, Colômbia e Venezuela.

O EMBI+ considera as taxas de juros de títulos em condições semelhantes entre o país analisado e os Estados Unidos. A medição é feita em pontos – sendo que, quanto maior o indicador, maior também o risco.

Existe também o Rating e, neste caso, agências especializadas analisam os países de acordo com o resultado de indicadores ambientais, econômicos, sociais e políticos. Quando um país possui classificação alta dentro do Rating significa que ele é mais seguro. Do outro lado, uma classificação baixa reflete um cenário de cautela para o investidor.

Além do EMBI+ e do Rating, existe ainda o CDS. Para entender mais sobre ele, confira os parágrafos a seguir.

O que é o CDS – Credit Default Swap? 

O Credit Default Swap é um título derivativo cuja função é ser um seguro para evitar inadimplência em uma operação de crédito. Basicamente, o que o CDS faz é proteger uma carteira de crédito. Para isso, uma seguradora emite o título e assume a função de garantir o valor investido caso haja calote.

Na ocorrência de inadimplência, o detentor do CDS recebe uma indenização. O valor recebido é, geralmente, o valor nominal. Já o vendedor toma posse do valor em débito.

O Credit Default Swap, então, precifica o risco de um tipo de crédito. Justamente por isso é que o CDS se tornou um dos mais conhecidos indicadores de riscos de crédito de mercado, sendo muito utilizado para investimentos internacionais.

O preço de um CDS tem relação com a probabilidade de um país pagar ou não suas dívidas. Se o risco do país é alto há uma procura maior por proteção, logo, o CDS será elevado; caso esteja baixo, o valor do CDS será menor. No caso do Credit Default

Swap, o risco-país é determinado por investidores e possíveis compradores do risco de CDS.

Para as carteiras de investimentos o CDS tem um papel muito útil. Ele possibilita a um gestor transferir o risco de um ou mais papéis de renda fixa sem que para isso precise se desfazer dos títulos. Basta que ele venda o risco a que está exposto para alguém que queira comprá-lo.

Concluindo 

Antes de fazer um investimento, espera-se que um investidor entenda dos riscos que está correndo. A premissa se aplica tanto aos “pequenos” investidores – como aquele que está aplicando dinheiro para sua aposentadoria, por exemplo, quanto aos grandes investidores – como os investidores institucionais estrangeiros, que muitas vezes optam por investir em outros países.

Para este último caso, o risco-país serve como um termômetro da confiança dos investidores. E pode ajudar na decisão de investimento – uma vez que permite a este investidor identificar quais países são mais seguros para investimento estrangeiro. Aproveitando que estamos falando sobre investir com segurança, que tal entender a importância de fazer boas escolhas na hora de investir? Para saber mais sobre investimentos, não deixe de continuar acompanhando nossas publicações!

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