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As vidas comportamentais nos investimentos: o que são e por que fugiram deles

As visões comportamentais nos investimentos são um tema muito interessante e relevante para quem quer investir de forma inteligente e rentável. Neste texto, vou explicar sobre cada uma das principais visões comportamentais que podem afetar as decisões de investimento, como elas se manifestam e como podem ser evitadas ou minimizadas.

Ancoragem

A primeira visão que vou abordar é o efeito de ancoragem, que consiste em se basear numa informação inicial, mesmo que irrelevante, para tomar decisões posteriores.

Por exemplo, um investidor pode se apegar ao preço que pagou por uma ação e se recusar a vender quando ela cair, esperando que ela volte ao valor original. Isso pode fazer com que ele perca oportunidades de investir em outros ativos mais rentáveis.

O efeito de ancoragem pode ser explicado pela teoria da contabilidade mental, que propõe que as pessoas criem categorias mentais para organizar seus recursos financeiros e atribuam valores diferentes a eles, dependendo da origem, do destino ou do propósito.

Assim, o investidor pode considerar o preço que pagou pela ação como uma referência para avaliar seu desempenho, sem levar em conta as mudanças nas condições do mercado.

Para evitar o efeito de ancoragem, é importante ter em mente que o preço de um ativo é determinado pela oferta e demanda do mercado, e não pelo seu custo histórico.

Portanto, é preciso avaliar se o ativo ainda tem potencial de valorização ou se há melhores alternativas disponíveis. Uma forma de fazer isso é estabelecer metas de ganhos e perdas para cada investimento e seguir um plano de saída pré-definido.

Confirmação

A segunda visão que vou discutir é a visão de confirmação, que é uma tendência de buscar e interpretar informações que confirmem opiniões e opiniões próprias.

Por exemplo, um investidor pode ignorar evidências de que uma empresa está enfrentando problemas financeiros e se concentrar apenas nas notícias positivas sobre ela. Isso pode fazer com que ele mantenha um investimento ruim por muito tempo, ou até mesmo aumente sua exposição a ele.

A visão de confirmação pode ser explicada pela teoria da dissonância cognitiva, que propõe que as pessoas tendem a evitar ou reduzir o conflito entre suas opiniões e a realidade. Assim, o investidor pode selecionar ou distorcer as informações que recebe, para manter sua visão otimista sobre o ativo, sem considerar os riscos envolvidos.

Para evitar o caminho da confirmação, é essencial ter uma mente aberta e crítica, buscando fontes diversas e confiáveis ​​de informação.

Também é perturbador confrontar as ideias próprias com as de outras pessoas, especialmente aquelas que têm pontos de vista diferentes. Além disso, é preciso refletir sobre os próprios erros e aprender com eles, sem se deixar levar pelo orgulho ou pela emoção.

Disposição

A terceira visão que vou analisar é o efeito proposital, que é a tendência de vender os ativos que se valorizaram rapidamente e manter os que se desvalorizaram.

Isso ocorre porque as pessoas tendem a sentir mais dor pela perda do que prazer pelo ganho, e preferem realizar os lucros logo do que assumir os prejuízos. No entanto, essa atitude pode reduzir a rentabilidade da carteira no longo prazo.

O efeito disposição pode ser explicado pela teoria da utilidade prospectiva, que propõe que as pessoas avaliem os resultados das decisões com base em uma função de valor não linear, que depende do ponto de referência.

Assim, o investidor pode obter um valor maior às perdas do que aos ganhos, e ser mais avesso ao risco quando está ganhando do que quando está perdendo.

Para evitar o efeito proposital, é importante ter uma visão estratégica dos investimentos, focando nos objetivos de longo prazo e não nas oscilações de curto prazo.

Também é necessário ter disciplina e controle emocional, evitando tomar decisões impulsivas ou baseadas no medo ou na ganância. Uma forma de fazer isso é seguir uma regra simples: vender os ativos que não estão cumprindo as expectativas e manter os que estão superando-as.

Manada

O quarto viés que vou examinar é o efeito manado , que é a tendência de seguir o comportamento da maioria, sem questionar se é a melhor opção.

Por exemplo, um investidor pode comprar uma ação só porque todo mundo está comprando, sem analisar os fundamentos da empresa. Isso pode fazer com que ele entre em uma bolha especulativa ou perca uma oportunidade de investir em um ativo mais promissor.

O efeito manado pode ser explicado pela teoria da influência social, que propõe que as pessoas tendem a se conformar às normas e expectativas do grupo ao qual pertence ou interessa pertencer. Assim, o investidor pode imitar o comportamento dos outros investidores, para se sentir mais seguro ou aceito, sem avaliar se é a decisão mais racional ou lucrativa.

Para evitar o efeito gerenciado é importante ter uma personalidade independente e confiante, buscando informações e análises próprias sobre os ativos.

Também é interessante ter um perfil de risco definido, de acordo com os objetivos e o horizonte de investimento. Além disso, é preciso ter cautela e senso crítico, evitando deixar levar pela excitação ou pelo pânico do mercado.

Excesso de otimismo

A quinta e última viés que vou explorar é o excesso de otimismo, que é uma tendência de superestimar as próprias habilidades e subestimar os riscos.

Por exemplo, um investidor pode acreditar que é capaz de prever o movimento do mercado e ignorar os sinais de alerta. Isso pode fazer com que ele assuma riscos excessivos ou não diversifique sua carteira.

O excesso de otimismo pode ser explicado pela teoria da ilusão de controle, que propõe que as pessoas tendem a acreditar que têm mais influência sobre os eventos do que realmente têm.

Assim, o investidor pode confiar demais em sua intuição ou experiência, sem considerar as incertezas e as variações do mercado.

Para evitar o excesso de otimismo, é importante ter uma autoavaliação realista e humilde, acompanhando as próprias limitações e lacunas de conhecimento. Também é necessário ter uma visão ampla e diversificada dos investimentos, considerando os cenários possíveis e os riscos associados.

Além disso, é preciso ter prudência e responsabilidade, seguindo as recomendações de especialistas e respeitando as regras do mercado.

Estas são algumas das visões comportamentais nos investimentos que podem afetar a capacidade dos investidores de tomar decisões racionais e lucrativas. No entanto, eles não são intransponíveis.

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